Agrishow leva 900 jornalistas à Ribeirão Preto

Por Bruno Blecher, sócio-diretor da Fato Relevante

Publicado em 09 de MAIO de 2022

Maior feira agrícola da América Latina, a Agrishow ficou suspensa durante os dois anos críticos da pandemia. 

Na última semana de abril, debaixo de um sol de 40 graus, voltei a comer o pó vermelho de Ribeirão Preto-SP, com o crachá do Money Times, juntamente com uma legião de cerca de 900 jornalistas, entre repórteres da mídia, fotógrafos, cinegrafistas e assessores de imprensa.

Empresas de máquinas e insumos tiraram o atraso. Os resultados bateram todos os recordes – 11,243 bilhões de reais em intenções de venda de máquinas e equipamentos para agricultura, armazenagem e irrigação, segundo informaram os organizadores do evento e cerca de 200 mil visitantes. 

A previsão de faturamento, superestimada como em todas as feiras, representa quase três vezes mais a de 2019, última edição da feira realizada presencialmente.

Mesmo para os grandes veículos, que levam equipes inteiras para Ribeirão, a cobertura da Agrishow exige um planejamento minucioso. 

Não é fácil separar o joio do trigo e descobrir o que realmente é novidade e quem interessa ao seu público em uma feira a céu aberto com 800 expositores, repleta de CEOs, técnicos e especialistas do agro.   

As grandes empresas realizaram este ano, por meio de um pool organizado pela Meccanica de Comunicação, 20 coletivas de imprensa durante os quatro dias de feira.  

Entre uma e outra coletiva, assessores de imprensa de pequenas e médias empresas disputavam a atenção dos repórteres dos veículos para venderem seu peixe. E muitas vezes, a matéria mais interessante estava em um pequeno estande de uma startup.

Francisco Matturro, presidente da Agrishow e secretário da Agricultura do Estado de São Paulo, costuma dizer que a alma da feira é justamente esse contato tête-à-tête.

“Não são apenas os negócios que importam na Agrishow. O produtor tem a oportunidade de encontrar com o pessoal da engenharia da indústria, os profissionais que desenvolvem os equipamentos que eles usam no campo, e dizer como as máquinas estão se comportando nas lavouras. Esse feedback muitas vezes resulta em mudanças e aperfeiçoamentos do maquinário”, diz.

Blecher trabalhou nos jornais O Estado de S.Paulo e Folha de S.Paulo. Foi diretor de Redação da revista Globo Rural e comentarista de agronegócio da rádio CBN.