ESG, Narrativas, Valuation e o Futuro das Relações com Investidores
Publicado em 03 de AGOSTO de 2022
Pelo visto é hora de separar o joio do trigo.
Sim, ESG é fundamental para questões como transição energética, diversidade e preservação do meio ambiente, mas valuation fala outra língua. Uma língua numérica, cujas narrativas retratam termos como EBITDA, capital de giro, ativos, CAPEX, margens, e, consequentemente, a viabilidade econômico-financeira. Uma língua cuja tradução ao universo ESG ainda é incerta.
O resultado? 58% dos CEOs globais admitem a prática de greenwashing, conforme pesquisa da Harris Poll feita em parceria com a Google Cloud. Quanto aumenta o valuation se a empresa contratar colaboradores trans? Quanto reduz se não reciclar lixo? Difícil dizer, mas não por falta de esforços.
O ponto aqui é a complexa reconciliação entre narrativas financeiras e narrativas reputacionais. Inversamente proporcional é a fácil argumentação de que apenas a viabilidade econômico-financeira tem razão, e, portanto, empresas “devem” se tornar ESG. Como vimos, esta diretiva não está surtindo os efeitos esperados.
O que fazer então?
Não entender ESG como ponto de chegada, mas sim como lembrete, tanto para investidores como empresas, de que precisamos de uma nova definição de viabilidade econômico-financeira. Esta nova definição virá do futuro das relações com investidores ao vincular estratégia, comunicação e planejamento financeiro aos impactos positivos que tanto precisamos.
Diretor de Relações com Investidores