QUAL O PROPÓSITO DA SUA MARCA?

Por Isabelle Kwintner, especialista em comportamento do consumidor e branding na FR

Publicado em 26 de outubro de 2021

Em um mundo sem bastidores, a pressão por coerência de expressão direciona os gestores para um conteúdo de natureza grandiosa e, ao mesmo tempo, intangível: o tal do propósito. 

O termo já caiu na roda da desilusão, mas, por falta de um dom maior de precisão, continuamos a usá-lo. Sim, a razão de existir de uma empresa saudável deve ser o lucro. Mas junto a ele, de forma consciente ou não, tem um jeito de chegar lá. A empresa pode preservar ou não o ambiente, falar com um grupo muito específico de pessoas, ou querer falar para todxs, ser descolada e vanguardista, ser simples ou ainda ser tão complexa que gera percepção de raridade. 

Seja qual for, esse jeito envolve uma série de decisões e valores. Quanto mais consistência nesse agir, maior a chance de construir uma marca forte, com reputação e resiliência.

Atingir esse grau de sintonia com quem pensa na empresa, com quem faz e com quem fala por ela não é tarefa para amador nem tiro que se resolve em um projeto. É muito mais uma jornada de constante vigilância e leitura de contexto. 

Para exercer o propósito de Marca, é necessário aprender a escutar e colocar-se de verdade em diálogos com todos aqueles envolvidos na construção de sua percepção. A Marca propõe uma visão, mas, se não é compartilhada entre seus colaboradores, consumidores, fornecedores e mercado em geral, nada feito.

A distância entre o que se deseja e o que se percebe é uma negociação cruel que pende quase sempre para a percepção. E a percepção nossa de cada dia, tão facilmente formada, pouco questionada, dependente da nossa super potência de eficiência de energia: o cérebro.

Quantas vezes você realmente olha para as pessoas ao seu redor e percebe como elas são? Se você não é um super praticante de mindfulness, diria que poucas. E tudo bem, é o nosso cérebro agindo como foi treinado há milênios. 

Então as marcas que lutem para criar uma percepção compartilhada sadia e abundante. Uma ferramenta para isso? Respirar, expirar e transpirar cultura de marca. É a esse movimento tão corajoso e desafiador que a FR se lança de forma tão charmosa.

Para os navegantes dessa embarcação, meu desejo de abundância e muita escutatória. 

Mãos à obra!

 

Isabelle Kwintner

especialista em comportamento do consumidor e branding na FR